Solitaire games, são jogos em que o nosso oponente é o próprio tabuleiro.

Existem muitos jogos que podem ser jogados em formato solitário, em que o jogador basicamente faz a sua jogada, levanta-se da cadeira, troca a boina pela do adversário, dá a volta à mesa, senta-se e faz a jogada do adversário, e torna a repetir o processo. Ou seja é um jogo em que se joga contra o próprio, fazendo o possível para se esquecer o que o seu outro eu anda a fazer e a planear. Existem muitos jogos, e não só wargames, que permitem que se jogue desta forma. É uma maneira de aprender as regras do jogo, e de passar um bom tempo, faltando no entanto o verdadeiro desafio de um combate de inteligências e nervos que um bom jogo traz ao de cima. Exemplos de bons jogos que se podem jogar neste formato são por exemplo: A Victory Lost, Warriors of God, World in Flames, qualquer jogo dentro da familia 18xx, Flying Colors, The Russian Campaign, etc.

Existem no entanto jogos que incluem já nas regras que seja só um jogador contra o tabuleiro, como por exemplo Arkham Horror, Runebound Second Edition, Ingenious, Merchant of Venus, etc

Finalmente existe uma categoria de jogos totalmente à parte que foram desenvolvidos com o objectivo de serem jogados por um único jogador. Jogos nesta categoria vão desde veneráveis jogos com mais de 20 anos, remakes e novos jogos que saiem todos os anos. Como exemplo temos: RAF: Battle of Britain 1940, Raid on St.Nazaire, Struggle for the Galactic Empire, Mosby’s Raiders, Silent War, Where There is Discord: War in the South Atlantic, The D6 Shooters, D-Day at Omaha Beach, Fields of Fire, B-29 Superfortress, B-17 Queen of the Skies, Ambush!, Carrier, Last Frontier: The Vesuvius Incident, Patton’s Best, Field Commander: Rommel, etc.

Mas o que raio é que o jogar um jogo destes a solo tem de interessante? Depende muito de cada jogador. Afinal quantos de nós não jogaram videogames a solo? A maioria de certeza. Mesmo hoje em dia poucos são os que jogam online contra outros jogadores, e mesmo assim, a maior parte das vezes em jogos que não são mais que uma worksheet de Excel em tempo real, com pouca ou nenhuma interacção verdadeira entre os jogadores. Aqui como nos videojogos, trata-se também de combater e vencer a inteligência artificial que o autor desenhou para o tabuleiro, existindo jogos em que fácilmente se descortina uma estratégia vencedora e outros em que a mesma nos escapa uma e outra vez. Tal como nos bons jogos, existem jogos Solitaire que apesar de já lhes conhecermos as manhas, o desafio que o mesmo nos traz, faz com que voltemos a jogá-lo, só para descobrirmos outra forma de vencer o sistema, ou de explorar um corredor que ignorámos da última vez que jogámos, etc.

Para um dia de chuva, ou para passar calmamente uma noite, para mim é uma das experiências mais relaxantes para ter no fim do dia. Como não podia deixar de ser: ETC!!!

Este artigo foi publicado originalmente no TuJogas