TI3 é um dos jogos de tabuleiros que tem de se ter na colecção, ou no minimo jogar uma vez para não se morrer estúpido! 🙂 Produzido pela Fantasy Flight Games já no distante ano de 2005, pela mão do fundador da empresa, o Christian T. Petersen, continua a ser sempre que vai à mesa um épico inesquecível, em que cada joga se relembra e saboreia.

Caixa do jogo – Esta é uma daquelas caixas gigantescas (é melhor chamar-lhe caixote) a que a FFG já nos habituou, onde depois de removido o insert de cartão, ficamos com espaço para tudo e mais um par de botas. É uma dor para andar a transportar, mas capaz de aguentar quase tudo excepto uma inundação – been there! Nota 4

Apresentação – Ainda antes de se abrir o caixote já a arte do mesmo nos leva para o ambiente pretendido, algo à lá “À muito muito tempo, numa galáxia muito muito longe…”. A quantidade de parafernália que vem lá dentro faz-nos logo deliciar os olhos, como que a convidar-nos a meter as mãos. Nota 5

Componentes – Pontapés de cartas, 6 conjuntos de miniaturas de naves espaciais, paletes de counters para tudo e mais alguma coisa, hexágonos gigantescos que nos vão permitir construir o tabuleiro de jogo, cada um representando um sistema solar, uma folha para cada civilização, um livro de regras para fazer fugir os mais medricas. Nota 5

Grafismo – Desde o caixote até às ilustrações nos hexágonos dos sistemas, passando pelas ilustrações nas folhas das raças, tem-se sempre a sensação que tudo está no local certo de forma a transportar-nos para o tema central, e a fazê-lo sobressair. Nota 5

Tema – Estamos perante uma Space Opera!! E isso traduz-se em todos os aspectos do jogo. Como história de fundo temos uma galáxia que onde no passado existia um Império Galactico, cujo centro de poder era o sistema de  Mecathol Rex. As diversas raças do Império acabaram por destrui-lo bem como a raça do Imperador. Passados séculos em que cada raça acabou sem contactos para além do seu sistema, chegou-se a este ponto em que as mesmas começam a recuperar as tecnologias perdidas e a posicionarem-se para a recriação de um novo Império. Qual das raças é que o conseguirá utilizando a diplomacia, politica, guerra e economia? Se procuram um jogo em que o tema não seja preponderante saiam já daqui! Nota 5

Objectivo – O objectivo do jogo é simples: ser o jogador no fim com maior número de pontos de vitória, que se vão conquistando turno a turno conforme se vão conquistando os objectivos parciais. Cada objectivo parcial dá pontos aos jogadores que o atinge, e cada jogador tem ainda um objectivo secreto só seu, em que só ele pode pontuar. Os objectivos parciais variam entre a conquista de sistemas, até ao acumular de influência politica, ou o acumular de capacidade militar num determinado sistema. A partir do momento que um objectivo é pontuado, esse jogador já não precisa de se preocupar mais com ele. Por exemplo, se um objectivo é ter num determinado turno X naves em órbita de Mecathol Rex, basta num turno estar a cumprir o objectivo para que na fase final o indique, e a partir dai pode-se retirar do sistema (ou ser escorraçado) uma vez que esse objectivo não lhe irá dar mais pontos. Claro que se conseguir manter essa presença, vai impedir que os adversários venham a conseguir pontuar esse mesmo objectivo. Os objectivos parciais vão aparecendo aleatoriamente todos os turnos, dividindo-se em dois tipos de objectivos, aparecendo primeiro os objectivos de Fase I e só depois os objectivos de Fase II. Assim apesar de sabermos os objectivos que vão sair, não sabemos a ordem em que vão aparecer. A juntar a isto existe uma carta que é colocada entre as três últimas do deck de objectivos que termina o jogo, o que torna também imprevisível o fim do mesmo. Todos os turnos existe um jogador com a responsabilidade de seleccionar entre as duas cartas do topo do deck de objectivos, qual o objectivo que irá ser revelado. Enquanto um jogador que esteja à frente vai-se esforçar para que essa carta saia ASAP, um outro irá tentar ter mais um turno para tentar apanhar o líder. A gestão de quando ser o jogador responsável por esta selecção começa por norma 1 ou 2 turnos antes, com os jogadores a posicionarem-se para no momento chave agarrarem essa função. Nota 5

Livro de Regras – O livro de regras está cheio de ilustrações e exemplos de jogo, mas para quem se defronta com este bacamarte pelas primeiras vezes torna-se um pouco intimidante. Falta-lhe um verdadeiro índice remissivo, que nos ajude a esclarecer aquela regra que no momento estamos com a dúvida existencial. Nota 4

Preparação – Colocar este bacamarte na mesa é sinónimo de uns bons 20 minutos de setup. Mesmo com o meu jogo todo quitado e com sacos para tudo e mais alguma coisa, nunca o consegui em menos tempo. É um preço que se tem de pagar pela experiência que se segue. Nota 2

Começar a jogar – Para o iniciante, o TI3 é um monstro. Para quem não gosta do género, é um monstro horripilante. Para quem não aguenta mais do que duas páginas de regras, é um monstro horripilante de meter pesadelos. Só quem se quiser dedicar de corpo e alma, é que lhe conseguirá pegar, e apreciar o que um jogo de Space Ópera épica é. Dito isto tudo, não é um jogo que o iniciante domine só por ouvir as regras. Terá de o jogar para se aperceber das interacções possíveis das mesmas. Nota 2

Mecânica – O TI3 é difícil de explicar quanto a mecânicas, pois utiliza várias. Uma das principais é a escolha de funções que existe no inicio do turno e que vão ditar a direcção genérica das acções do jogador, apesar de cada função não ser hermética ou exclusiva do que o jogador pode fazer ao longo do resto do turno. Adicionalmente existem mecânicas que regulam os combates, que regulam as movimentações das tropas, que permitem efectuar votações e outras que permitem as negociações, ou o suborno dos adversários. Podem ser declarados ou quebrados pactos, sendo quase tudo possível quando o que se pretende é ser a raça dominante da Galáxia. Mas todas se encaixam perfeitamente umas nas outras e no tema do jogo. E aquilo que pode parecer estranho quando se lê nas regras passa a fazer sentido quando se vê a sua utilização. Nota 5

Jogabilidade – Está-se sempre em jogo. Aqueles que acabam o seu turno e só olham para o tabuleiro quando torna a ser o seu turno, vão provocar o abrandamento total do ritmo do jogo. Mas não vão ter grandes hipóteses de o fazer pois muitas das acções dos outros jogadores provocam imediatas reacções, a que é preciso estar atento para responder. Nota 5

Interacção – Continua e sem parar. São raras as acções que não vão provocar algum tipo de alteração militar ou politica, a que é preciso reagir. Se o meu vizinho ainda distante começa a construir uma frota, é melhor não me deixar ficar para trás. Se o outro desenvolve uma tecnologia, será necessário imediatamente verificar qual o beneficio que ele passou a ter para não ser apanhado desprevenido. Nota 5

Estratégia – cada jogador pode desenvolver a sua estratégia, sendo que a raça que cada um está a jogar lhe dá certas vantagens e desvantagens e convém aproveitá-las. Desde a estratégia de desenvolvimento tecnológico, à pura expansão militar, podem-se tentar as mais variadas estratégias, e saber reagir aos desenvolvimentos e acções dos adversários. Nota 5

Dificuldade – Aqui penso que a dificuldade passa mais por ultrapassar aquele medo de enfrentar um jogo de várias horas. Não é dos jogos mais fáceis de aprender, mas garantidamente não se aproxima dos piores. Nota 3

Duração – Sem dúvida o calcanhar de Aquiles do TI3 para quem nunca o jogou, é o tempo que demora. Um excelente jogo com 6 jogadores pode chegar nas calmas às 6~7 horas. Para quem já o jogou, é quase incompreensível olhar para este tempo como sendo em excesso. Para fazer o que faz é perfeitamente normal. Nota 5

Diversão – O tema não te agrada? Preferes andar a carregar cubos em qualquer cidade renascentista? Não gostas de ser chacinado e atraiçoado? Não consegues equilibrar a tua diplomacia com o teu braço armado? Não sabes manter aquela bengala de aço à mão bem à vista dos adversários, para estes saberem que não estás ali para ser comido vivo? Então este jogo não é para ti!! Nota 5

Originalidade – Ainda estou à procura de outro jogo que aborde este tema e que o torne no jogo imersivo que é o TI3. Com a sua mistura de mecânicas, jogabilidade, estratégias e diversão, não existe nenhum que eu conheça. Nota 5

Preço – É caro! Nota 2

Valor vs Dinheiro – a 6 horas cada jogatana, mesmo que se joguem só 2/3 vezes por ano, o valor por hora de divertimento depressa de dilui e torna-se mais barato que uma ida ao cinema. Nota 5

O meu Gut Feeling – Sim, gosto do jogo. É um dos meus preferidos e raramente deixo passar uma oportunidade de o jogar. Nota 5

Caixa do jogo

4

Apresentação

5

Componentes

5

Grafismo

5

Tema

5

Objectivo

5

Livro de Regras

4

Preparação

2

Começar a jogar

2

Mecânica

5

Jogabilidade

5

Interacção

5

Estratégia

5

Dificuldade

3

Duração

5

Diversão

5

Originalidade

5

Preço

2

Valor vs Dinheiro

5

O meu Gut Feeling

5

Total

87